Um jeito diferente de encarar o patriotismo!
Entendo e não tiro a razão de ninguém quando reclama que o Brasil é um país que não toma jeito, que é cheio de "espertinhos", ou melhor, "espertalhões", mas ainda sou muito patriota e vou explicar o motivo.
Penso que é nosso dever tentar, diariamente, fazer um Brasil melhor. Não adianta apenas apontar a problemática, é preciso trabalharmos também na "solucionática" (parafraseando o genial Dadá Maravilha).
O Brasil tem muito concerto, mas chegou a hora de ter conserto também.
Certamente, mesmo sendo mais pobres que o Brasil, há muitos países na América Latina que oferecem muito mais condições de crescimento profissional. Tem piores? Claro que tem... mas também tem muitos melhores e com o PIB (Produto Interno Bruto) irrisório comparado ao nosso.
Aliás, tinha um amigo meu que dizia sempre: "nada contra ser brasileiro, mas acho que se fosse paraguaio, minha vida seria mais fácil". Pior é que acho que ele tem razão, viver no Paraguai deve ser muito mais fácil que no Brasil, apesar de tudo.
Mesmo assim, sabe por que ainda sou patriota?
Simples... porque penso no patriotismo de maneira invertida ao da maioria dos brasileiros (cujo patriotismo é coisa abstrata, intangível, mero fundamento de um governo autoritário).
Meu patriotismo é estilo japonês. Minha pátria começa primeiro com as coisas que mais amo:
1- Minha mulher e futura filha;
2- família e amigos;
3- meu lar;
4- meu trabalho;
5- meu bairro;
6- minha cidade;
7- minha microrregião;
8- meu estado;
9- minha região;
10- meu país.
Nesta ordem de prioridades, eu sou o homem mais patriota do mundo (risos). Sei que quando defendo a minha família (como um todo) estou defendendo um modo de vida que é digno e correto. Estou defendendo os exemplos que tive em casa, a minha personalidade, o meu caráter. Isto não quer dizer que eu não erre. Aliás, eu erro muito, mas sempre tentando acertar. Não há remorsos ou arrependimentos quando defendo estas minhas "riquezas" daqueles que só querem sugar a nação.
Por isso ainda não perdi a esperança, quero muito construir uma pátria melhor... mas pelo jeito vai ser nesta ordem, pra chegar até o país, vou ter que melhorar primeiro minha família, meu lar, meu trabalho e assim por diante, até que tudo que fizer repercuta nas instâncias superiores e finalmente melhore o Brasil.
Este é o patriotismo que defendo, o patriotismo dos exemplos, um patriotismo realmente concreto. Quando o patriotismo é baseado em uma ficção, em um sentimento que não se sustenta, ele irá se desintegrar.
Os kamikazes (pilotos suicidas japoneses) não se atiravam aos navios americanos com seus aviões-bomba por causa do imperador. O faziam, porque sabiam que um país derrotado em guerra ao ser colonizado, enfrentaria a barbárie do vencedor e assistiria suas crianças morrerem e mulheres serem estupradas nas mãos do inimigo.
Isso explica porque preferiam morrer defendendo suas famílias da invasão ocidental, a ver o país colonizado. No fundo, tudo que fizeram foi em defesa da família... ao proteger o modo de vida japonês, estavam protegendo a pátria.
Na minha singela opinião este é o verdadeiro patriotismo, qual seja, aquele que nasce de baixo para cima (às avessas como disse). Este patriotismo brasileiro (de cima para baixo) que aprendemos nas aulas de Educação Moral e Cívica não é legítimo, e não passa de resquício da ditadura, pois na realidade não se está defendendo a pátria, mas apenas ideias nacionalistas. Em suma, de cima para baixo, não é patriotismo é apenas nacionalismo.
Diante deste paradigma apresentado, que tal começarmos a fazer um lar melhor, solucionar os problemas dos círculos mais próximos e gradativamente, nos associarmos para a construção de um Brasil melhor.
Tenho certeza que começando pelo nosso "quintal" a gente dá um jeito até em Brasília!
Um abraço e até a próxima teoria.
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