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Insônia*

Não conseguia dormir... 
tudo me despertava, tudo me assustava. 
Depois de horas de insônia... 
A mente mais sã, se torna insana. 

Em meu quarto ouvi,
um tilintar bastante agudo,
assustado levantei
por todo o cômodo busquei... encontrei... 
era minha calça boca de sino, 
que ao vento balançava,
em cima do criado mudo. 

Me deitei novamente, e de repente,
ouvi um estrondo... e num giro,
assustado levantei
por todo o cômodo busquei... encontrei...
era minha bota cano curto, 
que o vento derrubou, 
disparando um tiro. 

Uma calça que tilintava, 
uma bota que atirava, 
só podia ser coisa da minha mente... 

O delírio aumentava, 
vi o jacaré da minha camiseta do pantanal 
nadar no azul piscina da minha camisa social... 
estava demente. 

Rapidamente... 
fechei a janela para evitar o vento, 
juntei todas as roupas e pus no assento, e deitei novamente. 
 De repente... mais uma vez o silêncio foi interrompido, 
por um som diferente, um forte gemido... 
de prazer... não era dor 
Destemido... me tranquilizei
ao constatar que era a porta que dava para o corredor! 

Ainda sem sono, voltei pra cama. 

Elvis Almeida * Este texto foi baseado numa anedota bem antiga ouvida na infância (desconheço a autoria, quando descobrir farei os devidos créditos), que transformei em versos.

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